quarta-feira, junho 29, 2011
No voo de regresso
E agora escrever, escrever no avião à espera que o cansaço ou a droga faça efeito e a sua voz comece a soar. Apenas sente-se mais mole, e costuma estar bem atento ao que se passa, mas logo de seguida as frases da sua cabeça perdem o sentido e apenas deseja descrever com rapidez as coisas que quer escrever, sem filtros, muito difícil, só momentos em momentos, isto não é escrita automática, é uma escrita adaptativa que vai levar o modelo de acordo com as especificidade mais eso-técnicas, de forma a implementar o programa estipulado, questionando os seus cobardes tormentos esta maquina homem, perde agora tempo a escrever martelando os dedos no teclado, sem filtros, maquina automática, uma pausa para rever o que se engajou, procura não fasear isso, escrever apenas o seu processo de criação metalúrgica, siderúrgica mental pelas vicissitudes dos seus escombros e o falatório da companhia para andar, neste caminho triste que pode ser a vida saem rés, solou muito alto e fora de tempo e por vezes apanhou escaldões, pois não mete filtros entre ele e a unidade, por outro lado sabe que não vê as coisas como olha, como os restares olham e como a realidade ( é, - difícil demais de assimilar que tal cortar e colar pequenos pedaços brilhantes da realidade. É muito difícil viver, porque não comprar xampa, promoção válida até trinta de dezembro não acumuláveis com outras promoções a ocorrer na sua vida. Consultar o seu medico: como quando me saiu na rifa um coração quebrado, à medida que ia raspando os três quadradinhos, e depois das três vezes tentadas (nem uma cereja), ficar com o prémio de consolação. A ironia de ser ele próprio a engelhar o coração de quem não merece que lhe façam isso. Mas como bom jogador que é há muito apostou a sua sanidade mental, que é como quem diz, culpa não puxa carroça, que se por vezes é fácil outros dias é tão difícil como chegar a ser completamente voador. E escreve, escrever o inusitado e o abstracto , o reflexo e o inatingível, com a velocidade cruzeiro de quem vai muito drepressinha, com a sensibilidade de uma cascavel ao sol com a bunda a rebolar, talvez consiga dormir em breve e acordar em algo que se possa chamar casa, sim talvez isso, um sitio para descansar que é seu, talvez quando chegar ao aeroporto as malas estejam lá, talvez seja isso, talvez não, talvez descobri que afinal não tenho jeito. É apenas mais uma daquelas coisas que tento fazer porque na minha cabeça acho que sou bom a frasear ou que tenho algo a dizer, acontece, que não tenho, tudo o que tinha esvaziou-se de mim no dia do jackpot, e perdi,
Falta o álcool, para entorpecer a cabeçada que se protege dos meus dedos que procuram abrir a cabeça com os meus miolos palitar aqui a minha obra, álcool podia potencializar o efeito, vou tentar dormir.
Um redondo silencio,
Ôi, como vai você?
Um redondo silencio,
Ôi, como vai você?
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