segunda-feira, julho 28, 2008

O estado da coisa

A quem possa interessar e a quem "give a fuck about it".

Nas vésperas de fazer 29 anos procuro no artificio das palavras fazer um balanço da minha vida, um estado da coisa e tal.
Como preâmbulo manifesto desde já que os últimos tempos não tem sido nada fáceis para mim. Acontecimento realmente significativos e com grande peso em mim desencadearam-se uns a seguir aos outros como um grande castelo de cartas a ruir, sem grande possibilidade de intervenção da minha parte. Não é estranho como tudo parece suceder ao mesmo tempo?
O mais estranho é que pareceu surgir em mim uma sensação bastante visceral, uma premunição de alguma espécie de que algo estava para acontecer. Não acredito em nada de paranormal mas está sensação latente deixou-me bastante vezes sem dormir, sem algo de concreto a que pudesse agarrar, ou fazer.

Pois bem, o aspecto mais positivo de toda esta experiência de vida é que me encontro agora com um melhor conhecimento de mim próprio, dos meus limites, das minha fronteiras, de quem sou. Aprender a saber perder talvez necessite de mil vezes mais coragem do que lutar.

O desejo, esse motor de todo nós. Talvez (re)aprendi a desejar ser desejado, a desejar desejar, mais do tudo, por outro lado não fugir ao jugo do desejo por aniquilação do eu desejante.

Por mais estranho que pareça encontro-me agora como à cerca de uma década atrás, não é fácil explicar com precisão a sensação. Como se esta década me tivesse dado experiência, conhecimento de mim próprio e me coloca-se à uma década atrás. Ok, pensa no que aprendestes e recomeça a partir dai. Um "strange attractor".

Como tudo nesta vida, esta década foi agridoce, cheia de desejo e perda, muito dos dois.
Com este post não pretendo filosofar sobre o sentido da vida nem entrar por pseudo-psicologias baratas. Nem sei porque o escrevo, por mim sem duvido, uma espécie de por a casa em ordem.

Sou diferente e sou agora o puto de 18 anos, cheio de desejo e inocência com uma bagagem bem maior de truques para fintar as vicissitudes da vida. Nos momentos mais negros o que me assustava perder, além da vida, era essa inocência e essa força, algo de muito forte, muito puro e luminoso que ainda encontro presente em mim, uma rocha vinda sabe-se lá de onde. Descobrir isso ainda em mim foi o melhor presente. De sempre.

Venham mais 10.

4 comentários:

Unknown disse...

Was I high?

mansuetude disse...

did you feel "high" or elated while writing something? if yes, that is when you touch the soul of a beginning voice emerging. ?

Unknown disse...

:)

Sometimes I can say I feel that, like I wake up a hidden nerve in me but in this case it's more like when you are writing and everything makes perfect sense, then when you read again, some days latter you are not really sure who as the person wrote that.

***

mansuetude disse...

yes. it is good; because our writing is like something older, it walks in front of us, and we follow and learn. i do think so, anyway. :)