O tempo aqui é medido pelo passar das nuvens que vejo da minha cama. Levam-me a percorrer o céu luminoso, a perder-me no infinito. Um sentimento total de desprendimento, sem futuro, sem passado, uma perfeita sensação de estática, um pequeno perfeito ponto luminoso neste espaço-tempo. Se pudesse reter esta imagem na minha memória, invoca-la a meu belo prazer, já teria valido ter existido.
Levanto-me.
Da minha janela vejo um casal de raparigas. Como uma artífice uma delas entrança o longo cabelo negro e laranja da outra, tarda uma hora, talvez mais, mas o que é uma hora quando os seus gestos são cúmplices e os seus olhares partilham um amor?
Pela noite comi um livro e devorei um gelado.
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