Voltar a escrever, colocar dedo após dedo no teclado e esperar que a sequência lógica do pensamento não se disperse pela brancura do ecrã.
Esperar dizer aquilo que realmente mereça a pena ser dito. Aquilo que transvaza de alma e se coalha nas nossas torpes acções.
Como uma noite, uma noite de verão abafada, corpos saturados da longa viagem, um grupo improvável de pessoas. É tarde, já estamos no outro dia. O nevoeiro misterioso vindo do mar cobre a estrada embalando o nosso cansaço, estamos perto.
Paramos o carro e despimo-nos, não conseguimos resistir ao apelo do mar. A lua cheia leitosa há muito que se tinha timidamente eclipsado no manto branco e todos os nossos pontos de referência desapareceram neste espaço.
Seres fluorescentes nadavam à nossa volta, simplesmente mágico e isso espelhava-se no nosso sorriso, nos nossos olhos.
Foi liberdade, foi pura felicidade.
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