A Silves
ó Dona dos Corações, em ti, talvez,
esteja a causa do tormento do cantor,
diz adeus a quem te quer, inda uma vez,
e que,sem ti, por nada sente amor.
quando te sinto longe na lembrança
choro por ti, Silves, qual criança.
quando ofereces aos que estão presentes
o vinho ardente que nas faces sentes
(como o copeiro as taças ao redor)
não deixo de beber um tal rubor.
esse vinho é tornado generoso
por quem, ao olhar-te, lhe confere cor
enquanto o outro se torna gostoso
nos ágeis pés do vindimador.
Ibn Habîb
" Abû-L-Walid Ibn Habîb viveu na Silves almorávida. Há carência de dados quanto à sua biografia e certa confusão com outras personagens do mesmo apelido, algumas delas também poetas. Será o Abû-I-Walid Ismâ`il ibn Muhammad, por alcunha o «Habîb», a mesma pessoa? García Gomez avança o ano de 1048 como sendo o da sua morte, em Sevilha, o que é incompatível com o período almorávida, que se inicia em 1095. Ibn Habît foi também autor de muwashshahat. "
In Adalberto Alves, " O Meu Coração é Árabe",p- 165, Assírio & Alvim, Lisboa, 1998.
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